Estômago e suco gástrico
No estômago, o alimento é misturado com a secreção estomacal, o suco gástrico (solução rica em ácido clorídrico e em enzimas (pepsina e renina).
![]() | A pepsina decompõe as proteínas em peptídeos pequenos. A renina, produzida em grande quantidade no estômago de recém-nascidos, separa o leite em frações líquidas e sólidas. Apesar de estarem protegidas por uma densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias.
O estômago produz cerca de três litros de suco gástrico por dia. O alimento pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e se mistura ao suco gástrico auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal. O bolo alimentar transforma-se em uma massa acidificada e semi-líquida, o quimo. Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a parte mais importante da digestão.
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Intestino delgado, suco pancreático e bile
O intestino delgado é dividido em três regiões: duodeno, jejuno e íleo. A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado, que apesar de não conter enzimas, tem a importante função, entre outras, de transformar gorduras em gotículas microscópicas.
O suco pancreático
O pâncreas secreta o suco pancreático, uma solução alcalina formada por sais (dentre eles o bicarbonato de sódio), água e diversas enzimas, cujas principais são:
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Bile: ação física na digestão dos lipídeos
A bile é um líquido esverdeado produzido no fígado. Não contém enzimas digestivas. É rica em água e sais minerais de natureza alcalina. É armazenada na vesícula biliar, onde é concentrada para posterior liberação no intestino delgado.
A ação da bile no processo digestivo é física. Age como um detergente e provoca a emulsificação das gorduras ao reduzir a tensão superficial existente entre as moléculas lipídicas. Isso promove a formação de gotículas, o que aumenta a superfície total de exposição dos lipídios, favorecendo, assim, a ação das lípases.
O suco entérico
O suco entérico (ou intestinal) é produzido pelas células da parede do intestino delgado. Em sua composição, existem muco e enzimas que deverão completar a digestão dos alimentos. As principais enzimas presentes são:
- sacarase, que atua na digestão da sacarose, liberando glicose e frutose;
- lactase, que atua na lactose (dissacarídeo presente no leite), desdobrando-a em galactose e glicose;
- maltase, que atua nas moléculas de maltose formadas na digestão prévia doa amido, liberando moléculas de glicose;
- nucleotidases, que atuam nos nucleotídeos formados na digestão dos ácidos nucléicos, liberando pentoses, fosfatos e bases nitrogenadas;
- peptidases, que atuam nos peptídeos, levando à liberação de aminoácidos.
Hormônios
Durante a digestão, ocorre a formação de certos hormônios. Veja na tabela abaixo, os principais hormônios relacionados à digestão:
| Hormônio | Fonte | Estímulo | Modo de ação |
| Gastrina | Estômago | contato de alimentos protéicos com as paredes do estômago | eastimula a secreção de suco gástrico e a contração da musculatura estomacal |
| Secretina | Intestino delgado | contato do HCl estomacal com o duodeno | estimula o pâncreas a produzir suco rico em bicarbonato e o fígado a secretar bile |
| ColecistoquininaouPancreozimina | Intestino delgado | contato de lipídios e aminoácidos na parede duodenal | estimula a liberação de enzimas digestivas e liberação de bile no duodeno |
| Enterogastrona | Intestino delgado | presença de gordura no intestino delgado | inibe a secreção de suco gástrico bem como a motilidade do estômago |
Absorção de nutrientes no intestino delgado
O álcool etílico, alguns sais e a água, podem ser absorvidos diretamente no estômago. A maioria dos nutrientes são absorvidos pela mucosa do intestino delgado, de onde passa para a corrente sanguínea.
Aminoácidos e açúcares atravessam as células do revestimento intestinal e passam para o sangue, que se encarrega de distribuí-los a todas as células do corpo. O glicerol e os ácidos graxos resultantes da digestão de lipídios são absorvidos pelas células intestinais, onde são convertidos em lipídios e agrupados, formando pequenos grãos, que são secretados nos vasos linfáticos das vilosidades intestinais, atingindo a corrente sanguínea.
Depois de uma refeição rica em gorduras, o sangue fica com aparência leitosa, devido ao grande número de gotículas de lipídios. Após uma refeição rica em açúcares, a glicose em excesso presente no sangue é absorvida pelas células hepáticas e transformada em glicogênio e sendo convertida em glicose novamente assim que a taxa de glicose no sangue cai.
Absorção de água e de sais
Os restos de uma refeição levam cerca de nove horas para chegar ao intestino grosso, onde permanece por três dias aproximadamente. Durante este período, parte da água e sais é absorvida. Na região final do cólon, a massa fecal (ou de resíduos), se solidifica, transformando-se em fezes. Cerca de 30% da parte sólida das fezes é constituída por bactérias vivas e mortas e os 70% são constituídos por sais, muco, fibras, celulose e outros não digeridos. A cor e estrutura das fezes são devido à presença de pigmentos provenientes da bile.

Flora intestinal
No intestino grosso proliferam diversos tipos de bactérias, muitas mantendo relações amistosas, produzindo as vitaminas K e B12, riboflavina, tiamina, em troca do abrigo e alimento de nosso intestino. Essas bactérias úteis constituem nossa flora intestinal e evitam a proliferação de bactérias patogênicas que poderiam causar doenças.
| Defecação
O reto, parte final do intestino grosso, fica geralmente vazio, enchendo-se de fezes pouco antes da defecação. A distensão provocada pela presença de fezes estimula terminações nervosas do reto, permitindo a expulsão de fezes, processo denominado defecação.
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Resumo
| Suco digestivo | Enzima | pH ótimo | Substrato | Produtos |
| Saliva | Ptialina | neutro | polissacarídeos | maltose |
| Suco gástrico | Pepsina | ácido | proteínas | oligopeptídeos |
| Suco pancreático | Quimiotripsina
Tripsina
Amilopepsina
Rnase
Dnase
Lipase
| alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
| proteínas
proteínas
polissacarídeos
RNA
DNA
lipídeos
| peptídeos
peptídeos
maltose
ribonucleotídeos
desoxirribonucleotídeos
glicerol e ácidos graxos
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| Suco intestinal ou entérico | Carboxipeptidase
Aminopeptidase
Dipeptidase
Maltase
Sacarase
Lactase
| alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
| oligopeptídeos
oligopeptídeos
dipeptídeos
maltose
sacarose
lactose
| aminoácidos
aminoácidos
aminoácidos
glicose
glicose e frutose
glicose e galactose
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Digestão comparada
Os mamíferos necessitam de uma dieta nutritiva e abundante pois os custos metabólicos da manutenção de temperatura são muito elevados, mas de acordo com o regime alimentar, o tubo digestivo pode apresentar adaptações específicas.
Nos carnívoros o aparelho digestivo é simples pois as proteínas, lípidios e sais minerais que se encontram na carne não necessitam de digestão especializada. Nos onívoros o estômago é um saco de paredes musculosas e com glândulas produtoras de ácido clorídrico e enzimas. A parede do estômago não é destruída por estes fluidos devido à proteção da mucina, outra secreção gástrica. As plantas contêm glícidios complexos, como a celulose. Assim, nos herbívoros o intestino é proporcionalmente maior, pois os vegetais são menos nutritivos e de digestão difícil. Dado que nenhum vertebrado produz enzimas capazes de hidrolisar este polissacárideo, muitos herbívoros albergam bactérias em diversos compartimentos, nomeadamente no ceco ou no próprio estômago, que nesse caso é subcompartimentado:
- rúmen – onde se localizam as bactérias capazes de fermentar a celulose, que se reproduzem a uma taxa suficientemente elevada para compensar as que são “perdidas” com a deslocação do bolo alimentar. O conteúdo deste compartimento (bactérias e material vegetal) é regurgitado regularmente para a boca, quando o animal, num local seguro, mastiga demoradamente o alimento ingerido apressadamente;
- retículo – igualmente rico em bactérias fermentativas, recebe o bolo alimentar depois de remastigado na boca, permitindo uma maior área de ataque às celulases bacterianas;
- omaso – a pasta alimentar contendo enorme quantidade de bactérias fermentativas é “concentrada”, devido à reabsorção de água;
- abomaso – compartimento correspondente ao estômago nos restantes mamíferos, secreta ácidos e proteases que completam a digestão da forma tradicional.
Deste modo, estes animais ingerem maiores quantidades de alimentos, que permanecem muito tempo no tubo digestivo. Este método digestivo é muito eficiente para uma dieta pobre em proteínas, pois as próprias bactérias são igualmente digeridas tornando-se uma fonte de proteínas para o ruminante (uma vaca pode obter cerca de 100 g de proteínas por dia da digestão das suas bactérias endossimbióticas).
Alguns herbívoros não ruminantes, como os coelhos e lebres, também contêm a sua própria flora fermentativa, geralmente em divertículos especializados – ceco. No entanto, como o ceco abre no intestino grosso a absorção de nutrientes digeridos pelos microrganismos é pouco eficaz e incompleta. Para o compensar, muitos destes animais ingerem as suas fezes – coprofagia. Existem geralmente dois tipos de fezes nestes casos, um composto exclusivamente por detritos e outro, que é ingerido diretamente do ânus, composto por material cecal, que irá então passar pelo estômago e intestino delgado, sendo os seus nutrientes absorvidos.
| O dióxido de carbono e o metano são produtos secundários do metabolismo fermentativo destas bactérias, podendo um ruminante típico (uma vaca, por exemplo) produzir até 400 litros de metano por dia. Este fato torna o gado doméstico a segunda mais importante causa do efeito de estufa na Terra (logo após a indústria).
O tamanho do animal é decisivo no tipo de dieta, e, logo, no tipo de sistema digestivo que irá apresentar. Nos pequenos mamíferos a razão área/volume é elevada, significando que perdem grande quantidade de calor para o meio. Assim, devem apresentar grandes necessidades calóricas e metabolismo elevado. Como não poderão tolerar uma digestão lenta como a dos herbívoros, os mamíferos com menos de 500 g são quase todos insetívoros.
Pelo contrário, os mamíferos de maior porte geram mais calor e perdem menos calor, tolerando um processo de recolha de alimento mais demorado (carnívoros que atacam presas de grande porte) ou uma digestão lenta (herbívoros).
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Além disso, animais com mais de 500 g não conseguiriam recolher uma quantidade de insetos suficiente durante o dia. A única exceção são os mamíferos que se alimentam de grandes quantidades de insetos coloniais (formigas ou térmitas).
O tubo digestivo humano pode ser considerado típico da classe dos mamíferos. O alimento introduzido na boca progride no tubo pelos movimentos peristálticos involuntários. Embora a digestão se inicie na boca, é no estômago e intestino delgado que ela se processa, com intervenção de grande variedade de enzimas. Estas são produzidas por glândulas gástricas e intestinais, além de órgãos anexos como as glândulas salivares, pâncreas e fígado (a bílis não apresenta, no entanto, enzimas). A absorção é facilitada pela presença no intestino delgado de pregas cobertas com vilosidades intestinais em forma de dedo de luva, cujas células epiteliais ainda apresentam microvilosidades. Todo este conjunto aumenta grandemente a área de contato entre os alimentos e a parede, facilitando a absorção, que se realiza por difusão ou por transporte ativo.
Animal
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Habitat
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Tubo digestivo
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Compartimentos
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Órgãos anexos
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Tipo de digestão
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Platelmintes
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Água doce
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Incompleto
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Cavidade gastrovascular
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| Intra e extracelular |
Anelídeos
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Aquático ou terrestre
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Completo
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Faringe, esôfago, papo, moela, intestino com tiflosole
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-
| Extracelular |
Insetos
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Terrestre
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Completo
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Faringe, esôfago, papo, estômago, intestino e reto
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Glândulas salivares, cecos gástricos
| Extracelular |
Peixes cartilaginosos
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Água salgada
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Completo
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Faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso
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Glândulas salivares, fígado e pâncreas
| Extracelular |
Peixes ósseos
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Aquático
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Completo
|
Faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso
|
Fígado e pâncreas
| Extracelular |
Anfíbios
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Água doce e terrestre
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Completo
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Faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso
|
Fígado e pâncreas
| Extracelular |
Répteis
|
Terrestre
|
Completo
|
Faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso
|
Glândulas salivares, fígado e pâncreas
| Extracelular |
Aves
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Terrestre
|
Completo
|
Faringe, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino delgado e intestino grosso
|
Glândulas salivares, cecos intestinais, fígado e pâncreas
| Extracelular |
Mamíferos
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Aquático ou terrestre
|
Completo
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Faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso
|
Glândulas salivares, cecos intestinais, fígado e pâncreas
| Extracelular |
A necessidade de sais Minerais
Cada vez mais fica evidente a importância de certos elementos químicos e substâncias minerais para o metabolismo humano. A tabela abaixo resume os principais elementos químicos necessários ao organismo humano. Dentre eles, os macronutrientes são os que utilizamos em grande quantidade, enquanto os micronutrientes, em pequenas quantidades.
Macronutrientes
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Elementos
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Fontes principais
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Funções principais
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Cálcio
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Leite, ovos, verduras, cereais integrais.
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Fortalecer ossos e dentes; atuar na coagulação do sangue e na contração muscular.
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Cloreto (íon Cl-)
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Carne, sal de cozinha.
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Atuar na digestão (componente do HCl do suco gástrico) e na condução nervosa.
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Magnésio
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Verduras, Carnes, Cereais integrais, leite, legumes.
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Auxiliar do trabalho de muitas enzimas.
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Fósforo
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Ovos, carnes, cereais integrais.
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Constituintes dos ácidos nucléicos e do ATP, constituinte dos ossos, juntamente com o cálcio.
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Potássio
| Carnes, cereais integrais, frutas, ovos e verduras. |
Participar da condução nervosa e da contração muscular.
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Sódio
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Sal de cozinha, ovos, carnes, verduras.
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Participar da condução nervosa e da contração muscular.
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Enxofre
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Ovos, carnes e legumes.
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Participar de importantes aminoácidos; atuar como coenzima.
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Micronutrientes
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Elementos
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Fontes principais
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Funções principais
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Cromo
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Carnes, cereais integrais, levedura de cerveja.
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Atuar no metabolismo da glicose.
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Cobalto
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Carnes.
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Essencial para a síntese da Vitamina B12 e para a formação de glóbulos vermelhos.
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Cobre
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Fígado, peixes, cereais integrais, carnes em geral.
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Produção de hemoglobina, ativador de muitas enzimas.
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Iodeto (Íon I)
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Peixes, mariscos.
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Componente dos hormônios tireoidianos.
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Fluoreto (Íon F)
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Água de abastecimento.
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Fortalecer os dentes e prevenir as cáries.
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Manganês
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Vísceras, cereais integrais, legumes, café, chás.
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Ativador de muitas enzimas.
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Molibdênio
| Vísceras, verduras, cereais integrais, legumes. |
Essencial para o funcionamento de algumas enzimas.
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Selênio
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Carnes, frutos do mar, ovos, cereais integrais.
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Participar do metabolismo de gorduras.
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Ferro
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Fígado, carnes, verduras, ovos, cereais integrais.
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Constituintes da hemoglobina.
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Zinco
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Fígado, peixes, mariscos.
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Participar do metabolismo da insulina.
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Vitaminas
As vitaminas são substâncias utilizadas em pequenas doses pelo metabolismo celular. Quase sempre atuam como coenzimas de importantes sistemas enzimáticos do nosso metabolismo.
Como não as produzimos – a exceção é a vitamina D, que depende, para sua síntese, de exposição ao Sol, é preciso obtê-las dos alimentos que consumimos, frequentemente crus, uma vez que algumas são muito sensíveis a altas temperaturas, que provocam a sua inativação. As vitaminas de utilização mais frequentes são divididas em dois grupos:
- Lipossolúveis, cuja absorção pelo intestino é facilitada pela existência de lipídios na alimentação. São as vitaminas A, D, E e K;
- Hidrossolúveis, as que são absorvidas em solução aquosa. São as vitaminas do complexo B e a vitamina C.
Vitaminas
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Principais Fontes
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Doenças de Carência
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A (Retinol ou Axeroftol)
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Vegetais verdes e amarelos; óleo de fígado de peixes; gema de ovo; leite.
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Hemeralopia (cegueira noturna), xeroftalmia (cegueira total por ressecamento da córnea), pele seca e escamosa, diminuição da resistência a infecções.
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D (Calciferol)
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Óleo de fígado de peixes; gema de ovo; produzida na pele pela ação de raios solares.
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Raquitismo (encurvamento de ossos por deficiência de cálcio).
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E (Alfatocoferol)
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Vegetais verdes; óleos vegetais; cereais; fígado bovino.
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Anemia (diminuição de glóbulos vermelhos no sangue)
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K (Naftoquinona)
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Vegetais verdes; produzida por bactérias no intestino.
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Enfraquecimento do processo de coagulação sanguínea, levando à hemorragia.
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B¹ (Tiamina)
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Cereais; legumes; nozes, fígado bovino.
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Beribéri (fraqueza e inflamação dos nervos)
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B² (Riboflavina)
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Leite; hortaliças; ovo; queijo.
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Rachamento da pele; deficiência visual.
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B³ (Niacina ou nicotinamida)
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Carne; cereais; peixes; levedura.
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Pelagra (diarréia e lesões cutâneas)
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B6 (Piridoxina)
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Cereais; gema de ovo; fígado bovino.
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Anemia; convulsões (contrações musculares agitadas e desordenadas independentes da vontade).
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B¹² (Cianocobalamina)
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Fígado bovino; ovos; leite; carnes; peixes; ostras.
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Anemia; lesões do sistema nervoso.
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C (Ácido ascórbico)
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Frutos cítricos e outros (tomate, acerola, camu-camu); batata; hortaliças.
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Escorbuto (hemorragias internas e edemas articulares); gengivite; hemorragias nasais.
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Biotina
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Fígado bovino; leite; cereais; levedura; produzidas por bactérias intestinais.
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Fadiga; depressão; náuseas; lesões cutâneas.
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Ácido fólico
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Hortaliças; germe de trigo; frutos; levedura; fígado bovino.
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Anemia
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Ácido pantotênico
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Carne; cereais; ovos; legumes; levedura; nozes.
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Lesões dos sistemas nervoso e digestivo.
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Problemas da digestão
Indigestão é uma perturbação das funções digestivas. É muito difícil encontrar uma pessoa que alguma vez não teve indigestão, sendo que para a maioria das pessoas não passa de um incômodo passageiro. No entanto, para algumas pessoas os sintomas da indigestão podem ser tão severos que interferem na atividade diária, prejudicando a qualidade de vida.
| Na indigestão breve, podemos nos sentir estufados depois de uma refeição opulenta, daí sentirmos certo alívio depois de eliminarmos alguns “arrotos”. Uma parte do ar arrotado provém do próprio ar engolido e uma outra parte, significativa, resulta das reações químicas nos estômago e também da ingestão de bebidas gaseificadas.
Uma indigestão mais persistente pode ocasionar graves problemas de saúde que estão ligados à produção excessiva de ácido pelo estômago. Assim, se “a válvula” que separa o esôfago do estômago estiver com problema, o suco produzido pelo estômago pode subir para o esôfago, provocando sensação de “queimação”, que pode se irradiar até a garganta. À noite, esse fato costuma ser um problema, pois prejudica o descanso.
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O refluxo constante de ácido e pepsina no esôfago pode provocar uma inflamação conhecida como esofagite. Além disso, a indigestão mais persistente pode ocasionar uma doença muito disseminada na população, a úlcera
Úlcera
As úlceras são rupturas na superfície de um órgão ou tecido inflamado ou não. Normalmente, aparecem na parede do estômago, é a doença mais comum do aparelho digestivo. Desenvolve-se em forma de uma cratera esbranquiçada com uma orla avermelhada e áspera. Podem ser rasas ou profundas, do tamanho de uma moeda.
| Pode ser provocada pelo desequilíbrio entre a ação do ácido e a proteção da mucosa que reveste o órgão. Seu sintoma mais comum é a dor que aparece aproximadamente de uma a três horas depois das refeições, todos os dias e no mesmo horário. Esta dor pode sumir, mas isso não quer dizer que esta cicatrizou, pois a qualquer momento a dor volta sob forma intensa.
A úlcera pode ser descoberta através de exames de raios-X, endoscopia ou gastroscopia. Pode ainda combinar a biópsia ao exame de gastroscopia para verificar a presença ou não de câncer estomacal. A alimentação de uma pessoa ulcerosa deve ser feita em três pequenas refeições seguidas de refeições leves nos intervalos e antiácidos evitando sempre os alimentos que estimulam a produção de ácido.
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O tratamento é feito com antiácidos, antibióticos e com reeducação alimentar. O repouso é um fator importante no tratamento, pois evita o estresse, o cansaço, as tensões e ajuda o estômago a não empurrar os vasos sanguíneos. Em casos graves, a cirurgia é necessária.
Entre metade e um terço da população mundial é portadora da bactéria Helicobacter pylory, uma bactéria lenta que infecta alguns estômagos e pode provocar úlceras e câncer neste local.
Para podermos prevenir a doença devemos tomar alguns cuidados alimentares, por exemplo:
- diminuir frituras (dar preferência aos cozidos, assados ou grelhados) e alimentos gordurosos em geral, carne vermelha, café, chás e bebidas alcoólicas em demasia;
- nas saladas, diminuir ou evitar pimenta, sal e vinagre;
- reduzir a ingestão de líquidos às refeições
Circulação
As células de todos os seres vivos precisam receber nutrientes e eliminar os resíduos de seu metabolismo. Nos animais mais complexos e que possuem sistemas especializados no transporte de inúmeras substâncias, há um coração que bombeia o líquido circulante para as células com uma determinada frequência. O líquido circulante pode ser incolor, chamado de hemolinfa, presente nos insetos, ou colorido e neste caso recebe o nome de sangue. A cor é determinada pela existência de pigmentos, como é o caso da hemoglobina presente em muitos invertebrados e em todos os vertebrados, que contêm átomos de ferro responsáveis pela coloração avermelhada do sangue.
Como se dá a circulação nos diferentes filos animais.
Filo
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Como é a circulação
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Poríferos
| Circulação de água pelo átrio, amebócitos móveis na camada gelatinosa da parede do corpo. |
Cnidários
| Cavidade gastrovascular – digestão de alimento e circulação de água e substâncias dissolvidas. |
Platelmintos
| Cavidade digestiva ramificada (cavidade gastrovascular). |
Anelídeos em diante
| Sistema circulatório – vasos favorecem o fluxo contínuo de material dissolvido em água. |
Os dois tipos de sistemas circulatórios
Nos animais, há dois tipos de sistema circulatório: sistema aberto e sistema fechado. No sistema circulatório aberto, o líquido bombeado pelo coração periodicamente abandona os vasos e cai em lacunas corporais. Nessas cavidades, as trocas de substâncias entre o líquido e as células são lentas. Vagarosamente, o líquido retorna para o coração, que novamente o bombeias para os tecidos. Esse sistema é encontrado entre os artrópodes e na maioria dos moluscos. A lentidão de transporte de materiais é fator limitante ao tamanho dos animais. Além disso, por se tratar de um sistema aberto, a pressão não é grande, suficiente apenas para o sangue alcançar pequenas distâncias.

O gafanhoto possui circulação aberta
No sistema fechado, o sangue nunca abandona os vasos. No lugar das lacunas corporais, existe uma grande rede de vasos de paredes finas, os capilares, pelos quais ocorrem troca de substâncias entre o sangue e os tecidos. Nesse tipo de sistemas, o líquido circulante fica constantemente em movimento, a circulação é rápida. A pressão desenvolvida pela bomba cardíaca é elevada e o sangue pode alcançar grandes distâncias. O tamanho dos animais pode ser maior. Esse tipo de sistema circulatório é encontrado nos anelídeos, em alguns moluscos ágeis (lulas e polvos) e em todos os vertebrados.

Circulação fechada de um anelídeo.
A circulação humana
No ser humano, como em todos os mamíferos, a circulação é feita através de um sistema fechado de vasos sanguíneos, cujo núcleo funcional é o coração. A circulação é responsável pela disseminação de alimentos e de oxigênio e retirada dos restos formados pelas atividades celulares, esse trabalho é executo pelo sangue.
Coração Humano
![]() | - Tamanho: aproximadamente o de um punho fechado. - Peso: cerca de 300 gramas. - Número de batimentos cardíacos por minuto: bate ente 72 e 80 vezes/min. - Função: mantém uma corrente constante de sangue venoso para os pulmões e outra de sangue arterial para as diferentes partes do corpo.
O coração é um músculo oco, de fibras estriadas, revestido externamente pelo pericárdio (serosa) e dividido por um septo vertical em duas metades. Cada metade consiste de duas câmaras: 1 aurícula superior e 1 ventrículo inferior. Entre cada câmara há uma válvula, a tricúspide do lado direito do coração e a bicúspide ou mitral, do lado esquerdo.
Estas válvulas abrem-se em direção aos ventrículos durante a contração das aurículas e, em seguida, fecham-se, impedindo o refluxo do sangue. Na aurícula direita chegam às veias cavas superior e inferior e na aurícula esquerda, as quatro veias pulmonares.
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Do ventrículo direito sai a artéria pulmonar e do ventrículo esquerdo sai a artéria aorta. Em cada contração, o sangue é bombeado, com certa pressão, para o interior dos vasos sanguíneos (artérias, arteríola, capilares vênulas e veias).
O coração funciona como uma bomba e seu trabalho resulta na circulação do sangue no organismo. Esse trabalho é possível graças à presença de uma musculatura cardíaca chamadamiocárdio. Quando o coração se relaxa (diástole), enche-se de sangue, que chega através das veias; ao contrair os vasos, artérias, o sangue é levado para todo o organismo.
Os movimentos cardíacos: Sístole e Diástole
A contração ventricular é conhecida como sístole e nela ocorre o esvaziamento dos ventrículos. O relaxamento ventricular é conhecido como diástole e é nessa fase que os ventrículos recebem sangue dos átrios.
A contração ventricular força, então, a passagem de sangue para as artérias pulmonar e aorta, cujas válvulas semilunares (três membranas em forma de meia lua) se abrem para permitir a passagem de sangue. Uma vez no interior desses vasos, o retorno do sangue (refluxo) para os ventrículos a partir das artérias aorta e pulmonar é evitado pelo súbito fechamento dessas mesmas válvulas.

O sangue
Os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas são como as peças de um carro. Cada um tem uma função definida. Os glóbulos vermelhos levam oxigênio. Os brancos combatem infecções, ou seja, vírus e bactérias que atacam o corpo e nos deixam doentes. E as plaquetas ficam responsáveis por parar os sangramentos, como quando alguém faz um corte na mão – ou seja, a plaqueta ajuda na coagulação do sangue. Os três estão misturados numa substância líquida chamada plasma. Um homem tem em média 5 milhões de glóbulos vermelhos por milímetro cúbico de sangue.

O sangue não anda só por avenidas. Existem também as ruas, que são as vênulas e as arteríolas – veias e artérias menores. E ainda há ruazinhas chamadas de vasos capilares. Tudo isso porque o sangue tem que chegar em cada pequeno quarteirão do nosso corpo, na mais remota periferia.
Olhe para sua mão: tem um monte de veias e artérias debaixo da pele. É assim no seu corpo inteiro. Por isso, quando você leva um corte – não importa onde seja – sempre sai sangue. Tudo bem, o sangue está por todo o corpo. Mas quanto sangue, exatamente?
Depende do tamanho da pessoa. Um adulto tem cinco litros, em média.






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