O aumento de glóbulos vermelhos no sangue (eritrocitose) geralmente se dá por uma adaptação fisiológica do organismo a locais de altitude elevada, onde o ar é rarefeito. Como a saturação de oxigênio é menor que ao nível do mar e a saturação de hemoglobina permanece normal, determinando diminuição da oferta de oxigênio nos tecidos. Como adaptação fisiológica, ocorre secreção de eritropoetina pelos rins, estimulando a medula óssea a produzir mais hemoglobina e mais glóbulos vermelhos. O aumento da quantidade dessas células eleva a capacidade de captação de oxigênio pelo ar.
b-2- Leucócitos (glóbulos brancos): são células especializadas na defesa do organismo, combatendo vírus, bactérias e outros agentes invasores que penetram no corpo
Denomina-se leucocitose o fenômeno em que o número de leucócitos sobe acima de 10.000/mm³ de sangue e leucopenia quando desce abaixo de 2.000/mm³ de sangue. Na leucemia (câncer de leucócitos) encontramos mais de 100 mil leucócitos/mm³ de sangue. A leucocitose geralmente ocorre devido a uma infecção, enquanto a leucopenia predispõe o organismo a infecções.
Os leucócitos também são produzidos na medula óssea e são apresentados na tabela a seguir.
Classificação dos leucócitos
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Granulócitos (apresentam grânulos no citoplasma)
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Agranulócitos (não apresentam grânulos no citoplasma)
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Neutrófilo | Eosinófilo | Basófilo | Linfócito | Monócito | |
Característica geral
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Núcleo geralmente trilobulado.
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Núcleo bilobulado
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Grânulos citoplasmáticos muito grandes, chegando a mascarar o núcleo
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Núcleo muito condensado, ocupando quase toda a célula
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Núcleo em forma de rim ou ferradura
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Função
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Fagocitar elementos estranhos ao organismo
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Fagocitar apenas determinados elementos. Em doenças alérgicas ou provocadas por parasitas intestinais há aumento do número dessas células
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Liberar heparina (anticoagulante) e histamina (substância vasodilatadora liberada em processos alérgicos)
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Linfócitos T auxiliares ou células de “memória imunológica” orientam os linfócitos B na produção de anticorpos; linfócitos T supressores determinam o momento de parar a produção dos anticorpos; linfócitos T citotóxicos que produzem substâncias que mudam a permeabilidade das células invasoras (bactérias) ou de células cancerosas, provocando sua morte.
Linfócitos B, que formarão os plasmócitos do tecido conjuntivo, são os responsáveis pela produção de anticorpos específicos no combate imunológico aos antígenos invasores.
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Fagocitar bactérias, vírus e fungos
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Nº aproximado em cada mm3
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4.800
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240
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80
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2.400
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480
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Os monócitos do sangue podem atravessar por diapedese (movimento das células da defesa para fora dos vasos sanguíneos) os vasos sanguíneos e alojar-se em outros tecidos, dando origem a diferentes tipos celulares, que têm em comum a grande capacidade de fagocitose: nos tecidos conjuntivos de propriedades gerais dão origem aos macrófagos; no fígado, às células de Kupffer; no tecido nervoso, às células micróglias.
A hemocitopoese (hematopoese) é o processo de formação, maturação e liberação na corrente sanguínea das células do sangue. O tecido conjuntivo hemocitopoético, ou tecido reticular, é produtor das duas linhagens de glóbulos: leucócitos e hemácias. Esse tecido aparece no baço, no timo e nos nódulos linfáticos, recebendo o nome de tecido linfóide. No interior da medula óssea vermelha, esse tecido é chamado mielóide, ocupando os espaços entre lâminas ósseas que formam o osso esponjoso.
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As células sanguíneas formam-se originalmente, das chamadas células-tronco pluripotentes da medula óssea vermelha que, em ativa proliferação, podem produzir as duas diferentes linhagens celulares, a linfóide e a mielóide.
As células linfóides vão originar a linhagem dos linfócitos, enquanto as mielóides produzirão hemácias, os outros leucócitos e as plaquetas.
b-3- Plaquetas ou trombócitos: são minúsculos discos redondos ou ovais, de cerca de 2 mm de diâmetro que participam do processo de coagulação sangüínea. Representam fragmentos de megacariócitos, que são células brancas extremamente grandes formadas na medula óssea. Os megacariócitos desintegram-se, formando plaquetas, enquanto ainda estão na medula óssea, liberando depois as plaquetas no sangue. A concentração normal de plaquetas no sangue situa-se em torno de 200.000 a 400.000 por mililitro de sangue.
Na trombocitopenia ocorre redução do número de plaquetas circulantes, o que predispõe o paciente a um grande número de minúsculos pontos hemorrágicos na pele e nos tecidos profundos, uma vez que o método de tamponamento plaquetário para interromper pequenas hemorragias vasculares se torna deficiente. Pessoas com trombocitopenia têm também tendência a sangrar do mesmo modo que os hemofílicos. A trombocitopenia pode ser determinada geneticamente, porém a maioria dos casos é resultante de intoxicação (toxinas, agrotóxicos) ou medicamentos.
Na trombocitose ocorre aumento do número de plaquetas circulantes, podendo levar à formação de trombos (coágulos), predispondo o indivíduo à trombose, que é a solidificação do sangue dentro do coração ou dos vasos. Geralmente é determinada geneticamente.
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