A Abolição da Escravidão no Brasil - 1888

A Lei Áurea libertou os negros, mas não pensou na vida deles após a conquista da liberdade
No século XIX já havia movimentos que defendiam o fim da escravidão. Diversos pensadores dessa época já consideravam a escravidão um abuso e um grande problema para qualquer nação que tivesse a intenção de se desenvolver. A partir da década de 1850, percebemos que o movimento abolicionista no Brasil começou a ter maior visibilidade e isso se deve a alguns acontecimentos importantes que marcaram essa mesma época.
Em 1845, os ingleses impuseram uma lei realizando a prisão de toda a embarcação que estivesse no Oceano Atlântico transportando escravos africanos. Isso fez com que o número de escravos vindos para o Brasil diminuísse e o preço deles se elevasse justamente num tempo em que as lavouras de café aumentavam no país. Pouco tempo depois, no ano de 1850, o governo brasileiro aprovou a Lei Euzébio de Queirós. Essa lei proibia definitivamente a importação de escravos para o país. Desse modo, o preço do escravo ficou ainda mais caro para os grandes proprietários de terra.
Para suprir a falta de escravos, os proprietários de terra passaram a atrair imigrantes europeus que ocupariam as vagas de trabalho existentes nas lavouras. Para alguns intelectuais brasileiros, essa presença era benéfica na medida em que os europeus eram considerados “superiores”. Mais do que trazer a cultura europeia para o Brasil, a presença dos imigrantes viria, ao longo das décadas, promover o “branqueamento” da nossa população. Esse era outro argumento dos intelectuais que na época, infelizmente, acreditavam que os negros e mestiços eram grupos raciais com menor capacidade intelectual.
Após a Lei Eusébio de Queirós, podemos destacar outras leis abolicionistas que foram aprovadas pelo governo de Dom Pedro II. No ano de 1871, a Lei do Ventre Livre determinou que todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data estariam livres. Apesar de livrar as próximas gerações da escravidão, essa medida só era aplicada assim que o filho de escravo atingisse os 21 anos de idade. O filho de escravo passava uma parte de sua infância e juventude na fazenda junto aos demais escravos, tendo sua força de trabalho explorada. Além disso, após atingir a maioridade, encontrava dificuldades em abandonar seus pais e enfrentar uma vida incerta.
Dezesseis anos mais tarde, no ano de 1885, a Lei dos Sexagenários livrava os escravos com mais de sessenta anos da escravidão. A medida também tinha uma aparência benéfica. Contudo, era muito pequena a quantidade de escravos com mais de sessenta anos. No século XIX, a média de idade da população girava em torno dos quarenta anos de idade. Além disso, devemos lembrar que um escravo idoso trazia mais despesa do que lucro para o seu proprietário. Sendo assim tal lei teria um impacto pequeno na população de escravos.
Quando atingimos a década de 1880, vemos que diferentes setores da sociedade defendiam o fim da escravidão. Ao mesmo tempo, devemos salientar que um número significativo de proprietários de terra empregava a mão de obra dos imigrantes europeus no lugar dos escravos, que tinham um preço ainda mais elevado nessa época. Dessa forma, já tínhamos a clara impressão que a extinção do trabalho escravo no Brasil seria uma questão de tempo.
Sendo assim, no ano de 1888, quando a princesa Isabel estabeleceu o fim da escravidão pela Lei Áurea, essa modalidade de exploração da mão de obra se mostrava inviável. Devemos aqui destacar que a abolição só deu fim à escravidão, mas não deu fim à exploração do trabalho dos ex-escravos. Afinal de contas, a Lei Áurea não contava com nenhum tipo de auxílio ou projeto que facilitasse o grande número de negros libertos a serem devidamente inseridos na sociedade brasileira.
Observando todos esses fatos que marcam o fim da escravidão no Brasil, temos a nítida impressão que tudo ocorreu de modo lento. Da lei Eusébio de Queiroz até a Lei Áurea passaram-se quase quarenta anos. Ao mesmo tempo, as leis aprovadas nesse meio tempo eram de impacto lento ou muito tímido. Por fim, vemos que a lei que encerra a exploração da força de trabalho dos negros não falava sobre os desafios e problemas que essa grande parcela da população enfrentaria a partir daquele momento.
A Cultura do Brasil no Período da República Velha.

As mudanças da República Velha movimentou a cultura popular urbana daquele tempo.
Com o fim da escravidão, a República Velha foi marcada pela chegada de muitos negros que saíram das antigas propriedades em busca de melhores oportunidades. No Rio de Janeiro, muitos deles se aglomeravam em cortiços e bairros portuários, organizando comunidades em que, ao mesmo tempo em que se ajudavam, também experimentavam de manifestações artísticas diversas.
Do ponto de vista histórico, o samba, o maxixe e o choro ganhavam forma e possibilidade nessa época. Nas chamadas casas das tias, vários negros e outros elementos da sociedade urbana carioca se reuniam em festas que já ganhavam o nome de “samba” naquela época. Nas datas festivas, os músicos populares saíam pelas ruas organizando os chamados “cordões”, que indicavam uma organização mais simples dos futuros desfiles de escola samba.
Nessa mesma época, vemos que o Brasil também recebeu um grande número de imigrantes europeus que escapavam da miséria e das dificuldades impostas pela Primeira Guerra Mundial. Em geral, esses imigrantes chegaram ao país com o objetivo de ocupar vagas de trabalho nas indústrias que apareciam nas grandes cidades, tendo em vista que tinham experiência como operários em sua terra natal.
Junto com o sonho de uma vida melhor em terras brasileiras, esses imigrantes europeus chegaram por aqui também trazendo os valores políticos do pensamento comunista e anarquista. Em várias situações, inconformados com as injustiças de nosso país, disseminavam seus ideais de luta e contestação em jornais e manifestações públicas. Chegaram ao ponto de organizarem escolas populares, buscando educar seus filhos segundo seus ideais políticos.
No campo da literatura e das artes, vemos que alguns integrantes de nossas elites traziam ao contexto brasileiro as questões estéticas empreendidas na Europa. Os chamados modernistas se organizavam em círculos de discussão pensando a identidade própria de nossa cultura. Estavam cansados do velho hábito de se pensar que o Brasil só se tornaria “culto” e “civilizado” ao imitar os valores que viesse de fora.
O resultado de toda essa discussão foi a Semana de Arte Moderna de 1922, ocorrida na cidade de São Paulo. Nesse evento, novos pintores, escritores e poetas apareceram ao público expondo que o Brasil tinha uma riqueza cultural própria a ser conhecida e apreciada. Em termos históricos, o evento indicava que o Brasil não poderia ser mais entendido pelos valores da Europa ou como um simples celeiro produtor de grãos para o mundo.
É desse modo que vemos as transformações experimentadas na época da República Velha. Muita coisa ainda deveria mudar, a grande maioria da população era analfabeta e as manifestações de ordem popular nem sempre ganhavam prestígio. Por outro lado, o debate sobre “a cara do Brasil”, da sua cultura, começava a apontar para outros rumos e possibilidades.
A divisão da História:

A divisão dos tempos históricos não é exata como a divisão do tempo dos relógios
Toda vez
que abrimos um livro de História ou começamos um assunto novo na
História, nos deparamos com a divisão dos tempos históricos. Em resumo,
são cinco os períodos que os livros e professores nos apresentam:
Pré-História, Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e a Idade
Contemporânea. Antes de pensarmos um pouquinho mais sobre essa divisão,
vamos citar brevemente quais os fatos centrais e características que
cada um desses períodos apresenta.
A
Pré-História começa no aparecimento dos primeiros seres humanos na
Terra, até 4000 anos antes de Cristo, quando temos a invenção da
escrita. Nesse tempo, observamos intensamente a relação dos homens com a
natureza, a realização das primeiras invenções, a criação de
ferramentas e outros aparatos que viabilizaram a vida humana na Terra e,
mais tarde, possibilitaram o surgimento das primeiras comunidades
humanas.
Chegando à
Antiguidade, que vai de 4000 antes de Cristo até o ano de 476 depois de
Cristo, observamos a formação de uma série de civilizações. Egípcios,
sumérios, mesopotâmios, gregos e romanos são os povos estudados com
maior frequência. Apesar da enorme distância temporal em relação aos
dias de hoje, podemos ver na Antiguidade a concepção de várias práticas,
valores e tecnologias que ainda têm importância para diversos povos de
agora.
Situada
entre os anos de 476 e 1453, a Idade Média compreende um período de
aproximadamente mil anos. Na parte ocidental do mundo, costumamos olhar
atentamente para a Europa Ocidental. Esse lugar foi tomado pelos valores
da religião cristã, que se torna uma das mais importantes crenças de
todo o planeta. Mesmo tendo muito poder e autoridade, a Igreja não tinha
poder absoluto nesses tempos. As artes, a literatura e a filosofia
tiveram um espaço muito rico e interessante nessa época da história.
A Idade
Moderna fica datada entre os anos de 1453 e 1789. Nesse tempo, diversas
nações europeias passam a encontrar, dominar e explorar várias regiões
da América e da África. A tecnologia desenvolvida nesse tempo permitiu
reduzir distâncias e mostrar ao homem europeu que o mundo era bem maior
do que ele imaginava. As monarquias chegaram ao seu auge e também
encararam sua queda nesse mesmo período. Com a Revolução Francesa,
ocorrida em 1789, novos padrões políticos apareceram.
A Idade
Contemporânea, que vai de 1789 até os dias de hoje, é um período
histórico bastante curto, mas ainda assim marcado por muitos
acontecimentos. As distâncias e relações humanas, em parte graças à
Revolução Industrial desenvolvida no século XVIII, se tornam ainda
menores. O desenvolvimento do sistema capitalista permite a exploração
de outras parcelas do mundo e motiva terríveis guerras. Chegando ao
século XX, a grande renovação das tecnologias permite que pessoas,
nações e ideias se relacionem de uma forma nunca antes vista.
Percebendo
essas divisões do tempo, você pôde notar que existem períodos históricos
que são mais longos e outros que são bem mais curtos. Dessa forma,
vemos que a divisão da História não obedece ao tempo cronológico, no
qual um dia sempre terá vinte quatro horas, uma hora sempre terá
sessenta minutos e um minuto possuirá sessenta segundos. Desse modo,
aparece uma questão: o que determina o início e o final dessas tais
divisões que a história tem?
É nesse
momento que entra em ação os historiadores, que pensam as experiências e
transformações sofridas pelos homens ao longo do tempo. De acordo com
as transformações consideradas mais importantes e significativas, com o
passar do tempo, abre-se a possibilidade de discutir se um período
histórico se encerra e um novo se inicia. Em termos práticos, a divisão
ajuda a definir quais os eventos têm maior proximidade entre si.
Mas é
importante tomar um grande cuidado com a divisão da História. O começo e
o fim de um determinado período não significam que o mundo se
transformou completamente na passagem de um período para o outro. Muitos
dos valores de uma época se conservam em outros períodos e se mostram
vivos no nosso cotidiano. Sendo assim, as divisões são referenciais que
facilitam nosso estudo do passado, mas não ditam quando a cabeça dos
homens exatamente mudou.A Família e o Tempo:

Os Simpsons são exemplo de boa família
Antigamente, a vida das famílias era mais simples e tranquila, não existia a correria que vemos hoje em dia.
As pessoas andavam a pé, pois
quase não existiam carros. As ruas eram de terra ou de paralelepípedos.
As crianças podiam brincar nas ruas e calçadas, pois não havia perigo de
acidentes ou assaltos.
Os vizinhos eram como integrantes
das outras famílias, todos os dias se reuniam nas varandas de suas casas
para conversar enquanto as crianças brincavam.
As brincadeiras, nessa época, eram: roda, pega-pega, esconde-esconde, passa anel, barra manteiga, bolinha de gude, etc.
As famílias eram bem grandes, um
casal tinha mais de seis filhos. Mas hoje o número de pessoas na família
diminuiu muito, o normal é um casal ter um ou dois filhos.

Família antiga e Família Moderna – diferença quanto ao número de integrantes
Isso aconteceu porque a vida moderna fez com que a mulher tivesse que trabalhar para ajudar nas despesas da casa.
A violência e as dificuldades para se viver bem, também são motivos que influenciaram no tamanho das famílias.
Além da quantidade de pessoas de uma família, outras diferenças existem se compararmos à vida de hoje.
Nas casas não existiam aparelhos
de televisão, ouvia-se música em vitrolas com discos de vinil ou no
rádio. Neste também eram transmitidas as notícias e até novelas. As
fotografias eram feitas por um homem que colocava um pano preto na
cabeça e falava “olha o passarinho”, para as pessoas sorrirem.
Era comum matarem galinhas e
porcos no quintal de casa, onde também se colhiam verduras e legumes de
uma horta que os mais velhos cuidavam. Como não existia geladeira, as
carnes eram cozidas em fogões à lenha e armazenadas em latões,
mergulhadas em gordura de porco – banha, para não estragarem.
Não existia água encanada e as
pessoas precisavam buscar baldes de água para lavar as louças, roupas,
cozinhar ou tomar banho. E ainda falam que a vida era mais fácil!
A Família Real Portuguesa no Brasil:

Dom Pedro I
A vinda da família real portuguesa
para o Brasil se deu no ano de 1808, após a invasão das tropas de
Napoleão Bonaparte a Portugal.
Essa invasão foi causada porque a França
não conseguiu derrotar a Inglaterra em uma disputa militar, fato pelo
qual Napoleão proibiu que os países da Europa Continental fizessem
qualquer tipo de comércio com os ingleses. Para isso criou um decreto que constituía o “bloqueio continental”.
Dom João não teve outra
alternativa senão fugir com sua família e parte da corte para as terras
brasileiras, vieram um total de dez mil pessoas, em 29 de novembro de
1807.

Napoleão Bonaparte
Após sua
chegada ao Brasil, dom João decretou que os portos brasileiros fossem
abertos para o comércio com todas as nações com as quais mantinham
relações cordiais, inclusive com a Inglaterra. Antes dessa decisão o Brasil só mantinha comércio com Portugal e suas colônias.
A família real permaneceu por um mês na Bahia, fazendo melhoras na região, como: a criação da Escola de Cirurgia – que mais tarde tornou-se faculdade de medicina do estado; a criação da Junta do Comércio – virando a associação comercial; a criação do Passeio Público e a construção do Teatro São João – a melhor casa de espetáculos do país.
Em seguida, mudou-se para o Rio de Janeiro,
onde foi instalada a sede do governo de Portugal, por mais de treze
anos. Com isso, o Rio de Janeiro cresceu muito e o estado obteve novas
estruturas.

Dom João VI e sua esposa Carlota Joaquina
As
principais benfeitorias foram: o Banco do Brasil, a Academia Militar e
da Marinha, a Imprensa Régia, a Academia de Belas Artes, o Jardim
Botânico, o Museu da Biblioteca Nacional, além de outros museus,
bibliotecas, teatros e escolas.
O Brasil, até então, era tido como colônia, mas em 19 de dezembro de 1815, passou a Reino Unido a Portugal e Algarve, tendo suas capitanias transformadas em províncias.
Com o
falecimento da mãe de D. João, a então rainha de Portugal, este teve que
assumir o trono do país, administrando o mesmo daqui do Brasil,
enviando suas ordens através dos mensageiros. Mas em
1820 aconteceu uma revolta em Portugal e D. João teve que retornar ao
país, deixando seu filho, D. Pedro I, como Príncipe Regente do Brasil.
A I Guerra Mundial (1914-1918):

O assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando foi o início da I Guerra Mundial
Você sabe a origem da expressão guerra de trincheira? Ela surgiu da forma de combate desenvolvida pelos exércitos envolvidos na I Guerra Mundial (1914-1918),
a partir da segunda fase do conflito, ocorrida a partir de 1915. Mas
antes de falarmos o que foi a guerra de trincheiras, é necessário
apresentar o que foi a I Guerra Mundial.
O fato que deu início à Primeira Guerra foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, em 28 de junho de 1914, na capital da Bósnia, Sarajevo.
Francisco Ferdinando era herdeiro do trono do Império Austro-húngaro e
foi assassinado pelo militante da organização secreta sérvia Mão Negra,
Gavrilo Princip. Francisco Ferdinando queria elevar a Bósnia e a
Herzegovina ao nível de importância da Áustria, formando uma monarquia
tríplice, composta por austríacos, húngaros e eslavos. Os grupos
nacionalistas sérvios, como a Mão Negra, não queriam que essa aliança
ocorresse, orientando Gavrilo Princip a efetuar o atentado.
Quanta
confusão! Foi justamente essa infinidade de conflitos nacionais que
originou o primeiro grande conflito de escala mundial. Mas o foco dos
combates ocorreu mesmo no continente europeu. Em 1º de agosto de 1914, o
Império Austro-húngaro declarou guerra à Sérvia, por conta do atentado
ao herdeiro de seu trono. Imediatamente a Rússia se colocou ao lado da
Sérvia, ativando um sistema de alianças que vinha se desenhando desde
1870.
De um lado havia se formado a Tríplice Aliança, composta pelo Império Alemão, pelo Império Austro-húngaro e pela Itália. De outro lado, já havia se formado a Tríplice Entente, constituída por França, Inglaterra e Rússia.
Com o apoio
da Rússia à Sérvia, a Alemanha se colocou ao lado do Império
Austro-húngaro contra a Rússia, obrigando França e Inglaterra a entrarem
no conflito. A Itália se declarou neutra no início da guerra pela
rivalidade com os austro-húngaros por territórios na fronteira entre os
dois países. Além disso, a guerra se entendeu para o norte da África e
para o Oriente Médio, palco de disputa entre os países pelas colônias.
A guerra de trincheiras foi uma das características dos combates na I Guerra Mundial
A primeira fase da Guerra ficou conhecida como guerra de movimento
por causa do deslocamento das tropas alemãs para o oeste, atacando a
França e depois para o leste, buscando atacar a Rússia. Mas os impasses e
a resistências das tropas da Entente levaram a uma paralização dos
avanços do exército Alemão, ocasionando o que ficou conhecido como guerra de trincheiras
ou guerra de posições, com as tropas nas trincheiras em pequenos
corredores cavados no solo, colocando frente a frente os postos
avançados dos exércitos inimigos. Para além dos combates, essa situação
acabou criando um estreitamento de contato entre os soldados, envolvidos
na mesma situação de mortes e luta por causas que, aos poucos,
perceberam que não eram as deles. O resultado foi que em muitos locais
de batalhas houve confraternização entre soldados de exércitos
diferentes, o que deixou em alerta os comandantes e oficiais, pois havia
soldados que se recusavam a guerrear contra os novos companheiros.
Outros fatos contribuíram para o fim da guerra. O primeiro foi a entrada dos EUA
no conflito em 1917, auxiliando a Entente com sua poderosa produção
industrial e bélica. O motivo da entrada dos EUA na guerra foi a
derrubada de dois navios estadunidenses pela marinha alemã. Outro fator
foi a saída da Rússia em 1918, após a Revolução Bolchevique, consolidada no tratado de Brest-Litovski.
A saída da
Rússia ocasionou o deslocamento de tropas alemãs para o ocidente, com o
objetivo de enfrentar os EUA e a aliança anglo-francesa. Nesse momento
teve início as derrotas dos países próximos à Tríplice Aliança, o que
foi agravado por problemas internos do Império Alemão, como rebeliões
operárias e de soldados nas principais cidades, com a formação dos
conselhos operários e greves, em um processo conhecido como Revolução
Alemã de 1918-1919, o que acabou resultando na eclosão de um conflito
social que enfraqueceu internamente o país.
Em Novembro
de 1918, houve o fim da Guerra com a fuga do Kaiser Guilherme II da
Alemanha para a Holanda. O novo governo ocupou o poder e assinou o
armistício de Compiegne, pondo fim à Primeira Guerra Mundial, que
resultou em 13 milhões de mortos. Mas o Tratado de Versalhes, que ficou
responsável por impor as condições do fim do conflito, criou mais
problemas, o que levou os mesmos países a entrarem novamente em
conflito, iniciando a II Guerra Mundial.
A Proclamação da República no Brasil:

A proclamação de Deodoro da Fonseca: o primeiro marco de nossa história republicana
A ação dos militares brasileiros realizou-se numa época em que os movimentos de oposição contra o império já aconteciam. No fim do século XIX, vários intelectuais e políticos acreditavam que o Império não era o melhor para o país. A ideia de um governo controlado por um imperador, portando muitos poderes, era entendida como algo que dificultava o desenvolvimento da nação.
Além disso, havia uma grande oposição ao governo imperial por conta do trabalho escravo. A escravidão era interpretada como um tipo de trabalho que impedia o processo de modernização de nossa sociedade, de nossa economia. Portanto, a escravidão deveria ser combatida. Contudo, esse mesmo regime era mantido pelo governo imperial. Com isso, muitos defensores do fim da escravidão também se transformaram em críticos do governo de Dom Pedro II.
Nesse conjunto de transformações, alguns militares engrossaram a fileira dos que não concordavam com o governo de Dom Pedro II. Após a Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1864 e 1870, os militares brasileiros ganharam muito prestígio mediante a vitória do país nesse conflito. Valorizados pelo conflito, passaram a exigir maior valorização com melhores salários e a formação de uma carreira mais interessante. Na medida em que o império não cumpria todas essas exigências, importantes figuras do Exército passaram a se contrapor à ordem imperial.
Não bastando esse movimento, devemos destacar o problema surgido nessa mesma época entre o imperador e a Igreja Católica. No fim do século XIX, o papa havia decretado que os católicos envolvidos com a maçonaria deveriam ser expulsos da Igreja. O imperador, que era católico e simpático à maçonaria, acabou não seguindo essa exigência e impediu que os bispos brasileiros seguissem as recomendações papais.
Nesse período, essas tensões cresciam e a abolição da escravidão, decretada em 1888, acabou piorando a situação de Dom Pedro II. Os grandes fazendeiros proprietários de escravos se sentiram desamparados pela Coroa e também passaram a se voltar contra o rei. Nesse contexto de críticas e oposições, passou a correr um boato de que Dom Pedro II iria realizar uma grande reforma nas Forças Armadas, retirando da corporação os militares que se opunham ao Império.
Essa polêmica, alimentada ao longo do ano de 1889, acabou mobilizando um grupo de militares que exigiam a anulação dessa reforma. Alguns outros, já percebiam nessa oportunidade a situação ideal para impor a dissolução do Império Brasileiro. Foi entre essas duas propostas que o marechal Deodoro da Fonseca, líder do Exército, foi convocado para liderar a ação que deu fim à monarquia brasileira. No dia 15 de novembro daquele ano começava o regime republicano brasileiro.
A partir daquele momento, dava-se início a um novo tipo de governo político em nossa história. Na república, temos a organização de um governo que deveria dar mais autonomia aos estados e maior direito de participação política aos cidadãos do país. Apesar de esses serem os dois pilares do nosso regime, foram muitas ainda as lutas e transformações que viriam a garantir realmente essas duas mudanças em nossa realidade política. Ou seja, o 15 de novembro foi apenas um primeiro passo de uma longa estrada a se construir.
Antecedentes da Primeira Guerra Mun:

A Tríplice Entente foi uma das alianças que compuseram os lados em conflito durante a I Guerra Mundial
Entre 1871 e 1914 houve na Europa uma corrida armamentista entre as várias potências econômicas colonialistas. Esse processo ficou conhecido como Paz Armada,
sendo que o grande incentivo à indústria de armamento teve como grande
laboratório de testes conflitos na Ásia e África, cujo objetivo era a
expansão dos impérios coloniais.
Nesse
interesse colonialista, Alemanha e Itália haviam ficado para trás em
relação à França e Inglaterra, por causa da unificação tardia dos dois
primeiros países, o que os obrigou a efetuar um investimento no
colonialismo para alcançar as demais potências.
Além disso, foram realizadas políticas de alianças entre as nações imperialistas. Das principais, citam-se a Tríplice Aliança,
formada pelo Império Alemão, pelo Império Austro-Húngaro e pela Itália,
sendo que esta última ficou neutra no início da I Guerra Mundial, e a Tríplice Entente,
compondo a aliança Inglaterra, França e Rússia. Os interesses comuns da
Tríplice Entente contra a Tríplice Aliança eram os seguintes: a França
mantinha um ressentimento contra a Alemanha pela derrota na Guerra
Franco-Prussiana que lhe custou a rica região de Alsácia-Lorena; a
Rússia se opunha ao Império Austro-húngaro na região dos Balcãs, local
onde viviam os iugoslavos, povos eslavos do sul, de mesma etnia que os
russos.
Havia ainda
a concorrência capitalista, que levava a Alemanha a rivalizar com a
Inglaterra o posto de principal potência econômica do continente, além
de disputas por mercados consumidores e produtores de matérias-primas
nas áreas coloniais. Havia ainda a rivalidade do capital financeiro
alemão contra o inglês, além do perigo que representava à Inglaterra a
força naval alemã.
Uma disputa por um território colonial na África intensificou as animosidades entre os países. A Questão Marroquina,
como ficou conhecida uma das disputas imperialistas na África, opôs
França e Inglaterra à Alemanha, retirando o direito de exploração da
localidade pelos alemães, conseguida na Convenção de Madri de 1880. Essa
ruptura com o acordo fez com que o kaiser alemão Guilherme II
desembarcasse em Tânger, em 1905, criando um impasse com as demais
potências e prometendo manter a independência do Marrocos frente ao
domínio francês.
Outro foco de conflitos que desembocaria na I Guerra Mundial foi a Questão Balcânica.
A região localizada entre os mares Negro e Adriático era formada por
povos de várias etnias e dominada pelo enfraquecido Império Turco. Essa
região era alvo de disputas entre as duas alianças por ser ponto
estratégico para as rotas de escoamento de mercadorias que as potências
europeias pretendiam construir, como a construção de uma ferrovia pelos
alemães, que ligaria seu país ao Oriente Médio, fonte de várias
matérias-primas. Foi na região balcânica que houve também os conflitos
nacionalistas que levaram ao assassinato do arquiduque Francisco
Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro. Sua morte deu
início à Primeira Guerra Mundial.
A Mesopotâmia:

Mesopotâmia, a região do Crescente fértil
A Mesopotâmia foi a responsável pela origem
de importantes civilizações. A região mesopotâmica ficava localizada
entre os rios Tigres e Eufrates, onde hoje corresponde à grande parte do
território do Iraque. A localização da Mesopotâmia era privilegiada e
por isso chamada de região do Crescente Fértil, a região entre rios
estava sujeita a cheias periódicas. Essas cheias, quando não ocorriam de
forma regular, provocavam destruição, por isso o controle das cheias
dos rios e a construção de sistemas de irrigação eram essenciais para a
sobrevivência das populações ali existentes. O clima mesopotâmico era
caracterizado pelos invernos intensos e verões rigorosos, reforçados
pela umidade natural, resultado da evaporação dos pântanos. Esses
fenômenos naturais contribuíram para a necessidade de uma organização
coletiva.
A população mais antiga da Mesopotâmia foi formada por um povo braquicéfalo (crânio grande e arredondado) talvez de origem camita, ou seja, descendentes de Cam, um dos três filhos de Noé, mas essa população foi mais conhecida na história da Mesopotâmia como os sumérios. Os sumérios constituíram a base cultural da civilização mesopotâmica. Muitas instituições e conhecimentos foram atribuídos aos sumérios. Conta-se que a criação do mundo teria sido obra, segundo os sumérios, de Marduque, que fez o homem do barro. Esses povos acreditavam no acontecimento de um dilúvio universal, do qual somente uma família escapou por ter construído uma arca.
A escrita cuneiforme, escrita em forma de cunha e gravada geralmente em pequenos tijolos, foi uma das mais importantes criações sumerianas. Os sumérios também desenvolveram técnicas para armazenar e transportar água e fundaram cidades importantes como Ur, Lagash e Nipur, que viviam constantemente em guerras. A desunião dos povos sumérios acarretou no enfraquecimento político e no desaparecimento lento e gradual dessa importante população mesopotâmica. O legado sumério permaneceu, pois muito tempo depois do desaparecimento de sua civilização, assírios e babilônios escreviam e usufruíam das técnicas criadas pelos primeiros povos da Mesopotâmia.
A população mais antiga da Mesopotâmia foi formada por um povo braquicéfalo (crânio grande e arredondado) talvez de origem camita, ou seja, descendentes de Cam, um dos três filhos de Noé, mas essa população foi mais conhecida na história da Mesopotâmia como os sumérios. Os sumérios constituíram a base cultural da civilização mesopotâmica. Muitas instituições e conhecimentos foram atribuídos aos sumérios. Conta-se que a criação do mundo teria sido obra, segundo os sumérios, de Marduque, que fez o homem do barro. Esses povos acreditavam no acontecimento de um dilúvio universal, do qual somente uma família escapou por ter construído uma arca.
A escrita cuneiforme, escrita em forma de cunha e gravada geralmente em pequenos tijolos, foi uma das mais importantes criações sumerianas. Os sumérios também desenvolveram técnicas para armazenar e transportar água e fundaram cidades importantes como Ur, Lagash e Nipur, que viviam constantemente em guerras. A desunião dos povos sumérios acarretou no enfraquecimento político e no desaparecimento lento e gradual dessa importante população mesopotâmica. O legado sumério permaneceu, pois muito tempo depois do desaparecimento de sua civilização, assírios e babilônios escreviam e usufruíam das técnicas criadas pelos primeiros povos da Mesopotâmia.
Alimentação nas Grandes Navegações Marítimas europeia:

Alimentação e cotidiano nas Grandes Navegações Marítimas Europeias (XV – XVI)
Durante as Grandes Navegações Marítimas
Europeias (principalmente nos séculos XV e XVI), as embarcações eram
feitas principalmente nos portos de Portugal e na região da Andaluzia,
na Espanha. As caravelas mediam cerca de 20 metros de comprimento e
pesavam até 80 toneladas. Nessas embarcações, comprimiam-se durante
meses de viagem cerca de 60 homens e mais os animais destinados à
alimentação, além de armas, munições, alimentos, entre outros.
O cotidiano dos navegadores não era nada
fácil. Além dos medos imaginários, presentes nos pensamentos desses
navegadores (como a crença de que o oceano era povoado por monstros e
dragões), também existiam os medos reais, as dificuldades de navegar em
mar aberto, as tempestades e chuvas intensas, as doenças e a péssima
alimentação.
Neste texto iremos aprender um pouco sobre
o cotidiano das Grandes Navegações. Conheceremos mais sobre a
alimentação dos navegadores dentro das Caravelas, ou seja, sobre a dieta
de bordo dos navegadores.
As viagens marítimas nos séculos XV e XVI
eram cheias de imprevistos (que ainda hoje ocorrem). Quando a viagem
transcorria de forma normal, sem imprevistos, a comida a bordo supria
precariamente as necessidades dos tripulantes, mas se ocorresse algum
imprevisto, como tempestades, danos físicos nas embarcações ou alguma
imperícia do piloto, os tripulantes sofriam com a falta de alimentos.
Nas embarcações, principalmente durante os
séculos XV e XVI, o principal alimento era o biscoito. De acordo com o
clima e sob certas circunstâncias (invasão de água na embarcação), essa
alimentação passava por algumas alterações, ou seja, encontrava-se em
péssimas condições para a alimentação (por causa do mofo e da umidade).
Geralmente cada tripulante recebia diariamente cerca de quatrocentos
gramas de biscoito para sua refeição.
O vinho tinha presença obrigatória nas
embarcações. A água utilizada para beber e para cozinhar era guardada em
grandes tonéis ou tanques, inapropriados. Assim, quase sempre a água
estava infectada por bactérias, o que sempre provocou infecções e
diarreias nos tripulantes.
Os alimentos sempre eram distribuídos pelo
capitão da embarcação e por um ajudante. Essa distribuição dos
alimentos era estabelecida em regimentos (porções) e somente o capitão e
o ajudante tinham a chave dos estoques de alimentos. A segurança era
rigorosa para vigiar os alimentos, pois a sua falta poderia comprometer
toda a viagem e causar mortes tanto pela fome, tanto por conflitos entre
os tripulantes por causa do alimento.
Juntamente com a tripulação, existia a
presença de ratos e baratas, sempre comprometendo a qualidade dos
alimentos. Outro fator que contribuía para a falta de higiene era a
ausência de banheiros na embarcação – geralmente os tripulantes faziam
suas necessidades em recipientes e as lançavam ao mar. Esses fatores
contribuíram bastante para a proliferação de doenças e mortes nas
embarcações.
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